(...) “naquela época o Metallica estava processando a molecada que baixa som. E pra quem não conhece a história, o Metallica surgiu lançando vinis e falando assim: copiem, pirateiem nosso vinil que você está nos ajudando”. É o que relata BNegão (músico) sobre o grupo Metalica em um depoimento dado no livro de Pretto (2008) . Este grupo incentivou a pirataria das suas produções para alcançar um maior público visando uma maior divulgaçao das sua músicas. Mais adiante BNegão conta suas próprias experiências sobre a pirataria de suas músicas: “Em dezembro de 2003, eu pedi pra esse camarada meu, o Miguel, pra botar o disco em Copyleft. A gente estava tocando, fazendo várias coisas, e vendeu bem pra caramba, praticamente todas as 20 mil cópias que foram feitas. Resultado, a gente foi chamado pra tocar em Portugal e na Espanha...”. Observo a partir desses depoimentos, ao contrário que muita gente pensa, inclusive era a minha forma de pensar, que a pirataria não prejudica os artistas. Esse é um discurso produzido pela mídia e pelos produtores que amparados por leis querem tratar os praticantes da pirataria de criminosos. Trata-se, na verdade, de mais uma exclusão social. Pois, mostra que só quem deve adquirir a obra é quem pode pagar (caro) por elas. Contudo como afirmou um artista no jornal O ESTADO DE S. PAULO, na matéria sobre pirataria intitulada competir em vez de combater onde ele diz:
O principal valor da pirataria é que as pessoas podem copiar, legitimar algo novo e criar novos modelos de negócio.
O repudio à pirataria está sendo repensado. Todos nós, de uma forma ou de outra, pirateamos de diversas formas: baixando músicas, livros e filmes; copiando textos de outros autores, etc,. Enfim, quanto mais avançamos na tecnologia, mais nos habilitamos em piratear. Nessa realidade, as empresas, como aponta o referido jornal, estão se adequando ao crescente sistema de pirataria e contratando consultores que lhes ensinem a lidar com isto, já que não dá para processar os consumidores.
Todas essas discussões sobre pirataria foram de muita relevância para mim. Ao ler os textos apresentados pelo professor Edvaldo na disciplina corrente, aprendi muito e desconstruir o preconceito sobre a pirataria refletindo que é algo que faz parte do nosso dia-a-dia. Agora, me posiciono de forma diferente, sem julgamentos pré-concebidos.