sábado, 27 de novembro de 2010

Podem piratear!

 (...) “naquela época o Metallica estava processando a molecada que baixa som. E pra quem não conhece a história, o Metallica surgiu lançando vinis e falando assim: copiem, pirateiem nosso vinil que você está nos ajudando”.  É o que relata BNegão (músico) sobre o grupo Metalica em um depoimento dado no livro de Pretto (2008) . Este grupo incentivou a pirataria das suas produções para alcançar um maior público visando uma maior divulgaçao das sua músicas. Mais adiante BNegão conta suas próprias experiências sobre a pirataria de suas músicas: “Em dezembro de 2003, eu pedi pra esse camarada meu, o Miguel, pra botar o disco em Copyleft. A gente estava tocando, fazendo várias coisas, e vendeu bem pra caramba, praticamente todas as 20 mil cópias que foram feitas. Resultado, a gente foi chamado pra tocar em Portugal e na Espanha...”. Observo a partir desses depoimentos, ao contrário que muita gente pensa, inclusive era a minha forma de pensar, que a pirataria não prejudica os artistas. Esse é um discurso produzido pela mídia e pelos produtores que amparados por leis querem tratar os praticantes da pirataria de criminosos. Trata-se, na verdade, de mais uma exclusão social. Pois, mostra que só quem deve adquirir a obra é quem pode pagar (caro) por elas. Contudo como afirmou um artista no jornal O ESTADO DE S. PAULO, na matéria sobre pirataria intitulada competir em vez de combater onde ele diz:
O principal valor da pirataria é que as pessoas podem copiar, legitimar algo novo e criar novos modelos de negócio.
O repudio à pirataria está sendo repensado. Todos nós, de uma forma ou de outra, pirateamos de diversas formas: baixando músicas, livros e filmes; copiando textos de outros autores, etc,. Enfim, quanto mais avançamos na tecnologia, mais nos habilitamos em piratear. Nessa realidade, as empresas, como aponta o referido jornal, estão se adequando ao crescente sistema de pirataria e contratando consultores que lhes ensinem a lidar com isto, já que não dá para processar os consumidores.
Todas essas discussões sobre pirataria foram de muita relevância para mim. Ao ler os textos apresentados pelo professor Edvaldo na disciplina corrente, aprendi muito e desconstruir o preconceito sobre a pirataria refletindo que é algo que faz parte do nosso dia-a-dia. Agora, me posiciono de forma diferente, sem julgamentos pré-concebidos.






Original X Pirataria

Roupas, livros, CDs, remédios, alimentos, etc., ou seja, tudo que utilizamos está protegido o que se convencionou chamar de direitos de propriedade, mais especificamente direitos autorais. A lei de garantia destes surgiu em 1973, sendo alterada em 1998 contendo regras mais específicas quanto ao comércio das criações intelectuais. “Os grandes filósofos da Antigüidade não tinham suas idéias protegidas por direitos autorais nem por isso deixou-se de haver grande evolução intelectual”, é o que afirma Pedro Paranaguá em um ensaio apresentado por Pretto em seu livro: Além das redes de colaboração: internet, diversidade cultural e tecnologias do poder.
 A cópia é algo que ocorre desde os primórdios das manifestações intelectuais, pois os grandes pensamentos e manifestações artísticas recorreram a idéias anteriores para se constituírem. Quando são produzidos textos há sempre neles a intertextualidade. São produções baseadas em textos anteriores com citações ou não dos autores. E daí, isto não é “pirataria”? A produção de livros, CDs não são cópias a diferença é que tem essa tal proteção que reserva ao fabricante o direito de copiá-las. Eu não me considerava pirata, pois evitava comprar algo que não fosse “original”. Mas o que é o original? Segundo o dicionário Aurélio é: (...) Que parece produzir-se pela primeira vez; não copiado, não imitado. A partir desta definição, quando digo “tenho um cd original”, “um livro original”, entre outros, estou afirmando que tenho algo que é único, o que não é verdade, pois tenho a cópia da copia da cópia, sei lá quantas vezes foi copiado. Porém, a pirataria é algo que mexe com os interesses das industriais que vêem seus lucros diminuídos e são os verdadeiros afetados com essa produção  alternativa. Algo diferente acontece com os  autores que recebem muito pouco pelas vendas das suas obras e não chegam a serem prejudicados. Ao contrário, ao que parece, a pirataria acaba ajudando os artistas  pois divulga a obra. 

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

“O caminho inverso” do lixo


O descarte do lixo é um problema de grande proporção. São despejadas por dia toneladas de resíduos que contaminam o solo, as águas e geram doenças. No entanto, nem tudo está perdido, pois como afirma Chris Bueno da Revista Eletrônica de Jornalismo Cientifico esses resíduos podem servir de alternativa à produção de energia, tornando-se uma solução “econômica social e ambiental”. Outro ponto interessante que a Revista traz, diz respeito ao óleo de cozinha usado, este é também mais um  poluente, pois, como é insolúvel, não se mistura com a água causando um a barreira e impedido as trocas gasosas na natureza. Contudo, ele também pode ser transformado em energia, o biodiesel - um combustível para ser utilizado nos carros ou caminhões, “uma técnica de energia limpa e barata” como afirma Bueno.
São muito significativas as contribuições que essas novas maneiras de se gerar energia podem trazer: diminuição na produção de gases poluentes; menos riscos ao meio ambiente; mais economia e empregos.
Acredito que não basta só desenvolver formas de reaproveitamento do lixo, mas ampliar as informações quanto á gravidade do mau descarte desses resíduos e divulgar os locais apropriados de coleta dos mesmos. Dessa forma, haverá uma grande parceria que minimizará a degradação ambiental e trará uma melhor qualidade de vida para as pessoas. Havendo, assim, um caminho inverso: o que era para ser destruiçaõ se tornará um grande auxílio para o desenvolvimento.

Como lidar com o lixo eletrônico?

O uso das tecnologias têm aumentado e com isso o lixo eletrônico também, causando um enorme impacto ambiental o que preocupa não só ambientalistas, mas também a pessoas que se sentem comprometidas com o meio ambiente. É por isso, que o professor Edvaldo achou importante trazer essas discussões para a nossa disciplina.  Assim, fez vários recortes de artigos sobre esses temas chamando a atenção para a quantidade de lixo eletrônico descartado no Brasil e no mundo. Uma coisa é certa, não sabemos como lidar com os resíduos eletrônicos (metais pesados, aparelhos eletrônicos, equipamentos de informática entre outros), pois não há uma coleta seletiva nos nossos bairros (pelo menos não no meu). De acordo com a resolução nº 257 de 30 de junho de 1999, do Conselho Nacional do Meio Ambiente, os produtos devem ser entregues pelos usuários nos estabelecimentos que as comercializam ou à rede de assistência técnica autorizada pelas indústrias, mas na prática isso pouco funciona. Como sou uma pessoa instruída, e me preucupo com o futuro de minha filha e prováveis netos, tento fazer a minha parte, juntando pilhas em um vaso rígido que não tenha risco de vazamento para depois levar a um destino apropriado. O grande problema é: levar onde? Tem-se pouca divulgação desses locais de recebimento. Em uma pesquisa que fiz sobre o destino do lixo em Salvador, encontrei alguns pontos de arrecadação:
–Proddus Produtos e Soluções para Informática – Av. Anita Garibaldi, 1.815, Ondina.
–Prontec Serviços de Informática Ltda. – Rua São Paulo, 759, Pituba.
–Quattro Informática Ltda. – Al. Benevento, 722-A, Pituba.
Como foram divulgados pelo jornal A TARDE há pouco mais de um ano, não sei se continuam arrecadando, mas vale à pena conferir.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O Poder da Nanotecnologia

A aula de EDC 287 além de tratar de assuntos relacionados ao ensino, também está voltada para vários temas  referentes aos avanços da tecnologia. Em uma de nossas aulas anteriores, o professor Edvaldo Couto achou pertinente discutimos sobre a nanotecnologia - uma tecnologia "utilizada para manipular estruturas muito pequenas que viabiliza o rearranjo de átomos de modo a formarem materiais com novas e diferentes funções". Ele relatou sobre a importância da nanotecnologia na vida das pessoas e como tem revolucionado a medicina. Para exemplificar isso, comentou a respeito de um fragmento que pode ser injetado no corpo para  desobstruir artérias e vasos que contenham placas de colesterol, e assim impedir o infarto que é um causador de muitos óbitos no mundo. Dessa forma, mostrando que há todo o momento surgem novidades sobre esse assunto e, que é importante estarmos atentos a esses avanços tecnológicos e acompanharmos os noticiários referentes aos mesmos. Muito interessante essas discussões interdisciplinares que enriquecem as aulas e nos estimula a buscar as novidades tecnológicas. A partir das discussões ocorridas, pesquisei sobre o assunto e descobri que este faz parte de um universo muito amplo, pois a nanotecnologia está sendo cada vez mais empregada pelos setores industriais. Aqui no Brasil, uma das primeiras empresas de nanotecnologia é a Nanox criada em 2005 em uma universidade, hoje, com sede em São Paulo. Ela desenvolve soluções com materiais "inteligentes" que podem ser adotadas pelas indústrias e que vêm melhorando a qualidade de vida das pessoas.


segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Software livre - uma alternativa de liberdade tecnológica

    
Um bem comum intermediador das relações sociais que vem ganhando espaço entre os usuários de computador é o software livre. Ele possibilita  que as pessoas  adapte o programa as suas necessidades. As vantagens deste  software é variado, entre elas estão: liberdade de executar o programa; de estudar como ele funciona; de redistribuir cópias; de aperfeiçoá-lo e liberar os seus aperfeiçoamentos. Portanto, para que um programa tenha um software livre,  os usuários terão que ter todas essas liberdades, sem que seja necessário comunicar à pessoa que desenvolveu o programa. Steven Levy afirma, no livro sobre a história da computação, que os hackers se empenham em “tomar as máquinas em suas mãos para melhorar as próprias máquinas e o mundo”.
     É importante enfatizar a figura do harcker: uma pessoa comum e entusiasmada, que dotada de grande inteligência, se propõe a fazer e a descentralizar as informações e com isso viabiliza o acesso às mesmas construindo, assim, o software livre. Os hackers são, portanto, muito diferentes daqueles sujeitos que destroem sistemas informacionais, produzindo vírus ou atacando sistemas para roubarem informações. 
     De acordo com as explanações do professor Sérgio Amadeu no Seminário de Ética Hacker realizado na Faced-UFBA, deu para perceber que existem princípios éticos criados pelos hackers que destoam do significado do termo “ética” que está relacionado a valores morais. Os princípios  que regem a  ética hacker mostram que o conhecimento não está associado à detenção de poder, mas ao compartilhamento que gera um beneficiamento mútuo.
     O interesse pelo software livre vem  sendo ampliado, e a tendência é que este adquira uma relevância muito grande. Essa liberdade proporcionada por este programa estimula a criatividade e, aqui, ressalto seu uso na educação, como foi mostrado em um vídeo criado por professores e alunos que utilizaram imagens do youtube para falar sobre a anorexia. A partir disto, abriu-se uma discussão sobre direitos autorais que foi direcionada por Alexandre Oliva, conselheiro da FSFLA (Fundação Software Livre América). Ele apresentou, paralelamente, as características de direitos autorais e patentes. Alegando que não seria adequado reunir sob um mesmo significante figuras de significados tão diferentes, a saber: patentes e direitos autorais. Ele  reforça isso em um fragmento de um de seus artigos:

O uso do termo não só induz ao erro de generalizações indevidas, mas também confunde os processos de raciocínio. Sua principal função é desviar a atenção das pessoas sobre as verdadeiras justificativas sociais para direito autoral, marcas, patentes, etc. – que em alguns casos são de fato privilégios que beneficiam a sociedade – para fazê-las pensar sobre esses temas como se fossem todas pequenas variações de um inexistente direito natural de propriedade, e em seguida usar esse raciocínio deturpado para introduzir privilégios impróprios. (OLIVA, 2007)

   Por fim, ele afirmou, quetodas as obras pertencem à sociedade e o que se confere ao autor é uma exclusividade temporária e limitada”. A partir dessas colocações, desconstruo a idéia de que é necessário garantir os direitos autorais. Pois quem realmente lucra com essa proteção são as indústrias, que cobram valores abusivos aos consumidores e repassam uma quantidade ínfima aos autores. A obra deve ser difundida de forma livre e irrestrita (aqui, reforço a divulgação pela internet). Isto possibilita ao autor formas diversificadas de negociação da obra, e o torna livre das imposições da indústria. Dessa forma, ele poderá garantir uma maior expansão da sua produção, assim como, uma maior lucratividade.
    Apresentar um seminário com temas: software livre, patentes e direitos autorais, estes que vêm sendo muito discutidos e que geram dúvidas, é uma iniciativa bastante louvável. Assim, quero parabenizar toda a equipe da Faced: alunos, preletores e colaboradores deste evento. Também quero deixar meu agradecimento ao professor Edvaldo Couto que "abriu mão"da aula de EDC 287, para que pudessêmos assistir ao seminário, o que me motivou a comparecer nos demais dias e a pesquisar mais assuntos pertinentes às discussões. Deixo aqui, meus agradecimentos pela oportunidade  de participar de um evento gratuito e tão enriquecedor, na  expectativa que outros seminários como este aconteçam mais vezes e tenham maior divulgação.






segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Inclusão Digital

    A globalização tem desencadeado diversas transformações na sociedade moderna. Isso é percebido tanto nos setores sociais, da política, da economia e também nas realizações  culturais.  Os computadores também  evoluiram: as máquinas enormes deram lugar aos sofisticados aparelhos e, passaram a fazer parte do cotidiano das pessoas, embora tenha uma frequência diferenciada de uso entre as camadas sociais.
        Influenciando comportamentos, atitudes, redefinindo conceitos sociais, possibilitando novas formas de aprendizado e de construção, o computador, mais precisamente, a internet proporciona maior rapidez nas informações. Mas, para isso, as pessoas devem  abraçar todas as possibilidades e potencialidades que o mundo digital oferece. Dessa forma, o ambiente educacional se torna espaços  estratégicos para inserção e apropriação das tecnologias, já que ela está no cotidiano da sociedade. Então, tendo em vista sua importância na vivência escolar,  Bonilla argumenta:
                        [...] a contemporaneidade exige que a escola proponha dinâmica pedagógicas que não se limitem à transmissão ou disponibilização de informações, inserindo nessas dinâmicas as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), de forma a reestruturar organização curricular fechada e as perspectivas conteudistas que vêm caracterizando-a. (BONILLA, 2005, p.91)
    A partir daí,  é necessário criar meios de motivar e capacitar o professor, possibilitando-o, assim, a levar seu aluno à inclusão digital para que este desenvolva o interesse pelas tecnologias. Seja capaz de criar, de tornarem-se  críticos e não meramente sujeitos passivos.